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Runas: O que é, onde surgiu e para que serve? - Oráculosweb

Atualizado: 26 de mar.


Varias pedras de runas saindo de um saco roxo em cima de um pano vermelho

Para começar a entender a tradição rúnica, é fundamental entender o que é uma runa. Uma runa não é apenas uma letra de um antigo alfabeto germânico; mais precisamente, ela incorpora a definição original de "segredo" ou "mistério". Este significado fundamental pode ser facilmente comparado ao uso da palavra "arcana" em relação ao Tarot. Portanto, uma runa é essencialmente um segredo, um conceito sagrado ou uma ideia que necessitam ser expressos ou tratados com discrição. O termo "runa" deve ser interpretado primeiramente como um segredo ou um conceito sagrado.


A palavra "runa" provém das línguas germânicas e é encontrada em todos os dialetos germânicos. Seu equivalente no alemão moderno é "raunen", que significa "sussurro". "Rún" também é encontrada nas antigas línguas celtas; no irlandês antigo, aparece como "rún", e no galês médio como "rhin", sempre com o significado de "mistério" ou "segredo". É provável que os celtas tenham adotado o significado semântico desta palavra das línguas germânicas. A palavra "runa" se desenvolveu a partir da raiz protoindo-europeia "*reu-", que significa rugir.


Posteriormente, este significado foi atribuído a cada figura hieroglífica que representava uma runa – uma unidade da tradição secreta. Nessa forma, ela é inscrita como um símbolo de uma ideia informe e atemporal. Mais tarde, esse símbolo foi incorporado a um sistema de escrita que atribuía um valor fonético a cada forma de símbolo. Agora, a runa erroneamente se tornou sinônimo do conceito de "letra", conforme expresso em outras línguas.


Aqui estão algumas definições germânicas da palavra "runa":

• Nórdico antigo: "rún" - segredo, tradição secreta, sabedoria; sinais mágicos; caracteres escritos.

• Gótico: "rúna" - segredo, mistério. Wulfilas, em sua tradução gótica da Bíblia no século IV, usou este termo para traduzir a palavra grega "μνστήριον".

• Inglês antigo: "rún" - mistério, conselho secreto.

• Saxão antigo: "rúna" - mistério, segredo.

• Alto alemão antigo: "rúna" - mistério, segredo.

Apenas um determinado número de formas da coleção de runas foi utilizado como representação fonética (que chamaremos de letras rúnicas), enquanto um grande número permaneceu no âmbito puramente ideográfico. Este último grupo pode ser chamado de runas glíficas. Este texto lida principalmente com as letras rúnicas e o sistema mágico no qual elas se desenvolveram, embora as runas glíficas também sejam uma parte integrante desse sistema. É importante lembrar que ambos os grupos são igualmente rúnicos.


As letras rúnicas foram "padronizadas" no sistema Futhark pelos agrupamentos mágicos da época, seguindo critérios numerológicos e conceituais específicos.

Futhark é um antigo sistema de escrita rúnica, que foi usado pelos germânicos e pelos nórdicos antigos. O nome "Futhark", como "Alfabeto", é derivado das primeiras seis letras do sistema, que são F, U, Th, A, R e K.


O Futhark Antigo, ou Futhark Germânico, foi usado em todo o mundo germânico desde o século 2 ao século 8. Compreende 24 runas, muitas vezes divididas em três grupos de oito - conhecido como aettir. Este sistema de escrita é marcado por sua consistência e falta de caracteres supérfluos, com cada runa tendo um único som fonético associado a ela.


A partir do século 9, o Futhark Antigo começou a dar lugar ao Futhark Jovem, também conhecido como Runas Escandinavas. Este alfabeto reduziu o número de runas para 16, e foi amplamente utilizado nos países nórdicos até a Idade Média.


A função das runas era tanto prática quanto mística. Foram usadas para a escrita de mensagens cotidianas, mas também tinham uma forte associação com o divino e o mágico. Em alguns casos, as runas foram até mesmo usadas para lançar feitiços ou adivinhações.



O Significado Profundo das Runas: Uma Visão Tripla dos Símbolos Antigos


De acordo com a maioria dos estudiosos, as runas eram antigos símbolos utilizados na escrita, especialmente em pedra ou metal. Estes símbolos possuíam um significado religioso ou mágico para as pessoas que os inscreviam, algo que é amplamente aceito e não pode ser ignorado.


Porém, para o praticante das runas, conhecido como vitki, os símbolos rúnicos possuem um significado ainda mais profundo e rico. Eles vêem nas runas não apenas simples símbolos, mas hieróglifos de natureza altamente complexa. Através do estudo e pesquisa, tanto no campo intelectual quanto no mágico, percebe-se que as runas são ideogramas que expressam um processo e fluxo de força e energia.


Cada runa tem uma natureza tripla, refletindo a essência secreta e tríplice que reside dentro dela. Os três aspectos de uma runa são:


1. Forma (ideograma e valor fonético) - o desenho físico da runa e o som que ela representa.

2. Ideia (conteúdo simbólico) - o significado ou conceito que a runa expressa.

3. Número (sua natureza dinâmica) - a posição da runa dentro do sistema rúnico, revelando sua relação com as outras runas.

Estes aspectos descrevem fluxos de energia e estados que estão conectados com o indivíduo, com o planeta e, de forma mais abrangente, com o universo como um todo. As runas condensam e expressam graficamente conceitos distintos do mundo, que podem ser usados como focos para operações mágicas e místicas, seja individualmente ou em combinação.

Portanto, para um vitki, as runas não são apenas símbolos antigos, mas chaves para compreender e interagir com as forças do universo.


O Desenvolvimento e Evolução do Sistema Rúnico: Da Antiguidade à Atualidade


O sistema rúnico, usado tanto para escrita como para práticas mágicas e religiosas, já estava possivelmente completamente desenvolvido por volta de 200 a.C. Os sacerdotes germânicos da época certamente utilizavam diversos sinais rúnicos ou pré-rúnicos, evidência disso é que tais sinais ainda podem ser encontrados gravados em pedras espalhadas pela Escandinávia.


O início do desenvolvimento rúnico, conhecido como estágio ideográfico, é considerado o nascimento da magia rúnica. Nessa fase, os ideogramas, que são representações gráficas que expressam uma ideia, apareciam de forma isolada. Com o passar do tempo, começaram a surgir sons mágicos e fórmulas numéricas, conhecidos como galdrar, que eram destinados a provocar efeitos mágicos específicos. Logo após, as runas já estavam sendo usadas para escrever no dialeto germânico comum.


Em todas as etapas de evolução das runas, os critérios mágicos sempre foram primordiais. Os três tipos de formulações rúnicas – ideográficas, sonoro-formulistas e representações fonéticas das palavras – foram usados em conjunto, e continuam válidos em nossas práticas rúnicas modernas.


As runas foram gravadas em diversos materiais como madeira, pedra, metal e ossos. Infelizmente, a maioria dos talismãs rúnicos eram feitos de madeira, material que se deteriora com o tempo. É crucial lembrar que as runas se originaram de uma tradição mágica, e não puramente linguística, e que essa associação mágica nunca as abandonou.


As runas começaram a ser usadas para representar foneticamente a linguagem pouco depois que os povos germânicos tiveram contato com as culturas mediterrâneas no século II a.C. As inscrições em runas, principalmente em pedras rúnicas, são a principal forma que temos de estudar este antigo sistema. As pedras rúnicas, que totalizam aproximadamente 2.500 conhecidas de um total de quase 5 mil artefatos rúnicos, foram erguidas como marcos sagrados e memoriais em toda a Escandinávia. Há até mesmo pedras rúnicas nos Estados Unidos. As runas demarcavam as rotas comerciais nórdicas que se estendiam da Europa Oriental à Groenlândia e do Círculo Ártico até a Grécia e Constantinopla.


Runas: Materiais, Métodos de Gravação e Codificação Secreta


As runas eram comumente esculpidas em diversos materiais, como madeira, pedra, metal e osso. A madeira era, sem dúvida, o meio mais popular para esculpir runas, especialmente quando usadas para fins mágicos. Várias palavras antigas em nórdico antigo que se referem a "pedaços de madeira" estão associadas às runas, tais como "stafr" (tábua, bastão, letra, tradição secreta), "teinn" (ramo, palavra talismânica para adivinhação) e "hlutr" (pedra ou bastão para adivinhação, objeto talismânico – onde runas também eram esculpidas).


Há também exemplos de talismãs de pedra, porém, as pedras rúnicas grandes, usadas para fins religiosos ou funerários, são as mais comuns. O metal também era amplamente utilizado para criar talismãs. Medalhões de metal pequenos, conhecidos como bracteates, com runas e diversos outros símbolos esculpidos, representam uma tradição importante na prática mágica rúnica. Além disso, vários objetos utilitários de metal, como espadas, eram gravados com runas para transmitir poderes mágicos específicos que aumentavam sua eficácia ou protegiam seus usuários.


Objetos de osso com runas também são comuns e geralmente estão ligados a práticas mágicas. As runas eram esculpidas utilizando a ponta de facas ou ferramentas pontiagudas especiais dedicadas à arte rúnica.


Uma prática rúnica bastante interessante era a de codificar ainda mais as fórmulas mágicas através de códigos complexos. Esses códigos eram criados para manter as mensagens mais secretas - tornando-as, portanto, mais eficazes magicamente - e também menos compreensíveis para aqueles que não foram iniciados no conhecimento rúnico. O valor numérico das runas serve como a base para todos esses códigos rúnicos.

Tanto o Futhark Novo quanto o Antigo estão divididos em três grupos, chamados Ættir (famílias).


Os Três Grupos de Runas: Explorando as Famílias do Futhark Antigo e Novo


As runas Futhark, tanto no sistema antigo quanto no novo, estão organizadas em conjuntos conhecidos como "Ættir", que traduzido para o português significa "famílias". Cada uma dessas famílias agrupa um conjunto de runas sob um tema ou princípio comum. Essa divisão não é somente por conveniência, mas se acredita que tenha implicações importantes na magia e na interpretação das runas. Abaixo estão as descrições das três Ættir tanto no


Futhark Antigo quanto no Novo:

1. Primeiro Ættir (Freya's Ætt ou Freyja's Ætt): No Futhark Antigo, este grupo é composto pelas runas Fehu, Uruz, Thurisaz, Ansuz, Raidho, Kaunan, Gebo e Wunjo. Cada uma dessas runas está relacionada a algum aspecto da vida cotidiana e dos relacionamentos humanos. Em termos gerais, as runas desta família são frequentemente associadas à proteção, prosperidade, comunicação e viagens.

2. Segundo Ættir (Heimdall's Ætt ou Heimdallr's Ætt): Este grupo, no Futhark Antigo, é composto pelas runas Hagalaz, Nauthiz, Isa, Jera, Eihwaz, Perthro, Algiz e Sowilo. As runas desta família tendem a lidar com desafios e dificuldades da vida, bem como o crescimento e a transformação que resultam desses desafios.

3. Terceiro Ættir (Tyr's Ætt): O Terceiro Ættir, no Futhark Antigo, inclui as runas Tiwaz, Berkano, Ehwaz, Mannaz, Laguz, Ingwaz, Dagaz e Othala. Estas runas estão geralmente relacionadas a questões de identidade pessoal e comunitária, bem como a jornada espiritual e o desenvolvimento pessoal.


Para o Futhark Novo, as runas também são divididas em três Ættir, mas as runas em si e suas interpretações podem variar em comparação com o Futhark Antigo. Vale a pena notar que, enquanto essas categorizações podem oferecer um ponto de partida útil para entender as runas, a interpretação e o uso das runas são muitas vezes subjetivos e podem variar significativamente entre diferentes praticantes e tradições.


A Importância do Estudo do Futhark Antigo: Compreendendo a Cultura Germânica Antiga


O Futhark Antigo é extremamente relevante e merece um estudo aprofundado por várias razões. Primeiramente, ele é o mais antigo sistema alfabético conhecido usado pelas culturas germânicas, datando aproximadamente do século II ao VIII. Isso significa que estudá-lo oferece uma rica visão da história e das crenças culturais desses povos.


Além disso, cada runa do Futhark Antigo não é apenas uma letra, mas também possui significados simbólicos e místicos. Assim, o estudo dessas runas pode proporcionar uma compreensão mais profunda do pensamento religioso e filosófico dos povos germânicos.


Finalmente, como o Futhark Antigo foi a base para outros sistemas rúnicos, como o Futhark Jovem e o Futhorc Anglo-Saxão, entender esse sistema pode proporcionar uma base sólida para o estudo de outros sistemas rúnicos.


Portanto, estudar o Futhark Antigo é um meio de explorar a história, a cultura, a religião e a filosofia dos povos germânicos, além de ser um primeiro passo essencial para quem quer entender os sistemas rúnicos de maneira mais ampla.


A partir daqui vamos criar 24 seções, cada seção é uma tentativa sistemática de transmitir um conjunto de conhecimentos que envolve cada uma das runas do Futhark Antigo. Para organizarmos e iniciarmos segue uma lista completa com elas e uma breve descrição.


As 24 runas do Futhark Antigo, cada uma com uma breve descrição:



Como interpretar as Runas?


Assim como em outros oráculos, se quiser saber interpretar a leitura de Runas, será necessário estudar e praticar. Atualmente existem diversos cursos e livros que ajudam a entender mais sobre essa arte divinatória das runas.


Caso você ache difícil, pode também buscar um especialista que tenha conhecimento e que possa fazer a interpretação do oráculo, o que é mais seguro se você deseja uma resposta profunda ao invés de algo rápido.


Como você leu anteriormente, o oráculo é dividido em 3 grupos: o primeiro, trata das questões de terra, ou materiais, enquanto o segundo grupo de runas vai aconselhar no âmbito emocional, enquanto que o terceiro vai trazer aconselhamentos para o campo espiritual.


Como é a leitura das Runas?


O jogo mais fácil e mais comum é o das 3 runas, em que se lê o passado, presente e futuro, porém, existem diferentes métodos de leitura, o importante é que a pergunta seja clara!


E você, já consultou as Runas ou tem interesse em receber um aconselhamento desse oráculo milenar? Acesse nosso site e conheça nossa equipe que esta pronta para ajudar.


Obrigado por ler e esperamos ansiosamente seu comentário.


varias runas em uma mesa


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